===== DUBOIS (DDAG) – O SI É EVIDENTE PORQUE É A CONSCIÊNCIA. ===== DDAG Essa luz é também a **consciência**, princípio de tudo: "A realidade da consciência é evidente. Sendo assim, para que servem esses estratagemas em relação a ela?" Mas como sabemos que a consciência é evidente? Simplesmente porque "se ela estivesse ausente, o universo não apareceria, pois o universo é (em **si** mesmo) inerte" (TĀ II, 10). Inerte, ou seja, justamente privado da capacidade de manifestar, de trazer à luz, de fazer conhecer algo, capacidade que é própria do **Si-consciência**. Consequentemente, todas as práticas são irrisórias, incluindo o yoga ou a meditação. Por outro lado, também é verdade que elas não podem obstar a essa textura luminosa que é o **Si**. Se realmente velassem o **Si**, esconderiam a luz que as manifesta, e assim desapareceriam no nada. Isso é válido, aliás, para tudo o que se imagina ser um obstáculo à iluminação. Com isso, a própria ideia de uma "via direta" desmorona. Não há nenhum meio: "Da mesma forma, aqueles que desejam discernir a essência do (**Si**) por um meio direto são semelhantes a imbecis que querem iluminar o sol da consciência com um vaga-lume. Todos esses meios que são exteriores ou que se julga serem interiores, tudo isso não é senão o **Si** que é luz, o próprio corpo de Shiva. Azul, amarelo, bem-estar e (outros fenômenos) ["O azul, o prazer, etc." é uma lista de experiências "exteriores" (o azul) e "interiores" (o prazer). Em outras palavras, essa expressão designa o mundo de nossas experiências diárias.]: eis Shiva, pura luz! Nesta suprema não-dualidade que é luz, o que mais há? Pois mesmo que haja uma relação de meio para fim, esta só pode ser luz (também). 'Isso é dualidade', 'isso é a diferença', mas também 'isso é a não-dualidade': eis o Senhor supremo, corpo de pura luz que brilha assim" (TĀ II, 14-18). Nesta passagem, como nas outras, o que traduzimos por "**luz**" (prakāśa) é sempre uma metáfora para designar o **Si** no sentido de que ele é a essência de tudo, aquilo sem o qual as coisas não seriam nem existentes, nem mesmo concebíveis. E essa essência é o fato de ser aparente, manifesto, "luminoso". Tudo é **luz**, mesmo a ausência de luz. Caso contrário, seria impossível pensar nela, mesmo que essa escuridão seja confusa. Portanto, há apenas **luz**: "Como uma parcela de trevas poderia aparecer na luz? Se essa sombra aparece (lit. "Brilha neste exato momento"), então sua diferença da luz é refutada. Se essa sombra não aparece, como podemos dizer que ela existe? Consequentemente, é impossível provar a existência de diferenças na **Luz** (que é o **Si**)" (TĀ II, 20-21). {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}