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Sem a *cultura da consciência*, a consciência supostamente normal ou 'neurótica' – enraizada no 'sujeito' objetificado ou objetificador – é facilmente transformada na chamada 'psicose'. O que consideramos 'normalidade' é na realidade o que Bollas chamou de '*normose*' – normose e psicose sendo duas faces da mesma moeda: a redução da consciência a uma relação sujeito-objeto. Freud mesmo não via “distinções fundamentais, mas apenas quantitativas, entre a vida normal e a neurótica.” Ele aplicava a psicanálise como um meio de cultivar a consciência do paciente no tratamento de sintomas neuróticos 'normais' – a *normose* – mas não a via como um meio viável de tratar a 'psicose'. Melanie Klein, por outro lado, entendia a 'psicose' não como um rótulo médico-diagnóstico para tipos específicos de sintomas, mas como um modo infantil 'paranóide-esquizoide' de se relacionar – um que permanece mais ou menos latente ou ativo em *todos* os adultos. Em contraste, Lacan reafirmou em novos termos linguísticos uma distinção básica entre estruturas de caráter e sintomas neuróticos e psicóticos. Central para sua perspectiva era sua associação da psicose com uma falha em entrar plenamente no reino da *linguagem* ('o simbólico'), em oposição ao reino da experiência vivida, sofrimento ou *contentamento* por um lado, e um mundo de identificações imaginárias por outro.