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WILBERG (AA) – DISTINÇÃO ENTRE NEUROSE E PSICOSE EM LACAN

PWAA

Para Lacan, não existe e não pode existir tal coisa como uma condição 'limítrofe' ou transtorno pairando em algum lugar entre as sintomatologias e estruturas psíquicas neuróticas e psicóticas. Em vez disso, o que define o psicótico em contraste com o neurótico é sua incapacidade de tolerar a lacuna ou abismo que a linguagem abre entre a experiência subjetiva direta e sua expressão objetificante – alguém, portanto, cuja toda a relação com a linguagem ou 'a ordem simbólica' é '*forcluída*'. Como resultado, só podem se relacionar com ela de forma fantástica – *como se* fosse um sujeito independente por si mesmo (por exemplo, 'A Palavra' como a pessoa de 'Cristo') ou então a *voz* de um sujeito imaginário (por exemplo, a voz de Yahweh dirigindo-se a Abraão). Daí o paradoxo de que aqueles que 'ouvem vozes', humanas ou divinas, raramente podem dizer muito ou nada sobre *quem* está falando – e, no entanto, é da maior importância para eles ouvir as palavras ditas como a voz de algum sujeito específico ou 'quem'. Esse tipo de audição é essencialmente a expressão de um tipo específico de *surdez* psicótica – uma surdez para as muitas maneiras pelas quais as próprias palavras e a linguagem como tal podem nos falar, tocar nossos sentimentos, abrir-nos a novos conceitos, de fato nos emprestar novos ouvidos e uma nova voz – no entanto, *sem* que haja a necessidade de qualquer sujeito ou falante específico ou 'quem' por trás delas.

“Não ouçam a mim, mas ao Logos” Heráclito

“A linguagem fala”…“Ouçam a Linguagem” Martin Heidegger

“O inconsciente é o Discurso do Outro.” Lacan

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